sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

É tarde

Esperei pelo amanhecer que trazia a forte
Luz para puder ver-te.
Ilusão dos meus olhos e do meu pensamento...
Olhei e aproximei-me... sabia que não era.

Guiavam-me longos fios
Ocultos... por ti suspensos.
Segui-os e até ti chegava.
Tudo era estranho, mas real!
Omitia o que estava a sentir

Mencionando a mim própria que era
Utopia.
Inexoravelmente confrontava-me com o
Turbilhão de sentimentos que
Obrigaram os meus olhos a mudar de

Direcção assim que em ti
Encontravam a perfeição.

Tenho agora a certeza de olhar para ti, sem que
Inesperadamente, os meus olhos fujam.

É tarde.


Heraclita

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008


Despedimo-nos… despedimo-nos…

Deixamos para trás um rasto de destruição

No meio daquela multidão um silêncio

Devastou os corações apinhados de dor,

De sofrimento, de sentimento de extravio

Corações ensanguentados, cheios de dor de culpa

Por ser nada mais que uns simples mortais

Impossibilitados de agir contra as forças naturais.

Quantos de nós partiram jornada dando-se completo

Graças às promessas vazias, vãs de melhores

Proscénios para recitar a existência,

Mas… compõe….

Mera fantasia, em fortalezas quiméricas.

Resta-nos mãos sujas consciência penosa

Cabisbaixo e a revolta de um dia ter partido

De um porto em paz e atracar noutro levando

Ventos apoquentados de conflito.



Leonardo

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Adeus

Com uma pequena lágrima
perdi-te para sempre...
Dói tanto ver-te e não te poder ter de novo!

Olha para trás! Por favor!
Eu estou aqui...

Ai! Não vês que sofro?
Vê-me!

Amo-te!
Esta palavra está tão magoada...
Dizer amor faz doer o coração.

Estou aqui, meu querido.
Volta desse lugar que te acolhe,
que te prende para sempre.

Que lugar triste, escuro e frio...

Ai! Que sofrimento!
Que angústia é viver sem ti para me abraçar...
Choro por ti, que não mais voltarás...

Saudades.

Afinal, a morte é mesmo isso.

Onde quer que estejas, lembra-te:
Eu estou aqui.

Liliana

sábado, 2 de fevereiro de 2008

há dias assim...


Dias em que as palavras
tardam a sair, dias
banais em que secretamente
segregam-se um verso e
outro, e depois outro, e
no final, a génese de vários
versos que surgiram do
nada com gosto nostálgico,
proveniente do fundo
da alma, motivada por
uma melodia menos
alegre. No silêncio
da noite fria, aqueceu-se o coração,
erigiu-se uma personalidade
fantasiada, aniquilada, oculta,
desconhecida do mundo.
Leonardo