sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Aquela mulher morena
que nos acolheu
no seu ventre,
que nos embalou
no seu colo...

Para estes rebentos
é a flor mais linda do mundo!

É a única mulher das nossas vidas
capaz de passar noites e noites
ao nosso lado a cuidar
com o maior dos amores.

É a única que nunca vai acreditar
que as nossas pernas cresceram,
que os nossos braços
já chegam à fechadura da porta...

Para ela, seremos sempre:
os meninos e meninas
que precisam de colo.

Por mais tormentos,
por mais tristezas,
por mais sofrimentos...
Terá sempre a quem chamar: filhos!
Terá sempre a alegria
de ter dado à luz quatro rebentos...

Por mais que queiramos dizer,
hoje dizemos de coração: Muitos Parabéns!
Isto é uma simples recordação.


poema à minha mãe, no dia do seu aniversário (10-08-2007)

Diz-me baixinho, muito baixinho...
Diz-me com essas palavras lindas
que querem fugir do teu para o meu coração...

Vem, amor! Dá-me a mão e o teu coração!

Letras juntas, palavras soltas
Notas musicais, sons compostos com os ais
Do meu coração...
Expressões musicais!
Ah! Estou a ouvi-las!
Tu compões a música do meu momento.

(Ai, infelizes os surdos que não a ouvem!)

Mas, porque dizes tudo isso
Dizendo nada ao mesmo tempo?
Adormeces no meu coração,
Que chora, chora, chora...

(Dói tanto, tanto, tanto...)

Olho para ti, não estás.
Olhas para mim, não estou.
Olhamos para nós e tudo se desfaz.

O vento canta: alguém amou!

«Cansaço porquê?»


Não, não grites cansaço!

Não é cansaço...
É uma desilusão,
que te penetra a alma,
que te consome a calma.

É um mar sem água,
o sol frio, o gelo escaldante...
Sensações inúteis, violentas por nada!

É andar sentindo que rastejas,
É sorrir e sentir os lábios a rasgar,
uma gargalhada seca de uma avultada
massa de ar que te sai dos pulmões,
que faz eco, que irrita o ouvido...

É um peso nos teus ombros.
Sentir o mundo todo em cima,
existir, não viver...

É o mundo que existe,
é tudo o que ele contém!

É qualquer coisa como uma angústia,
é querer gritar sem voz,
é uma coisa que está por dizer...
É por sofrer com tudo
ou por sofrer como...

Como quê?...
Se soubesses, não estarias cansado.

Sensação abstracta em ti, vida concreta!
Pensamentos absortos em coisa nenhuma!...

Afinal é: cansado do tempo morto que acarreta.