A palavra dormente
cativa o sonho embala-o
a palavra acordada
solta a expectativa sobre falésias do sangue
abre o veio
à proporção do grito antes contido
e por fim anuncia a emergência dos salmos
a probabilidade do canto
o fim da mágoa.
Irene Lucília Andrade, Protesto e Canto de Antena, Leiria, Editorial Diferença, 2001, p.68