segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cheiro do Natal

O frio de Dezembro traz o calor das memórias da família.
O cheiro das cozinhas inundadas de carinho com
canela, mel, chocolate e o açúcar adoçam o ambiente da casa.

A mãe ensinando aos filhos aquilo que a sua já tinha cumprido.
As broas, os bolos, o pão, o calor, o encanto,
a beleza de toda uma preparação.

Assim, a memória de um Natal que está por vir
aquece-se com o recordar do cheiro que está entranhado
nas paredes da cozinha da velha casa.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Marionetas

Que pessoas são aquelas que manipulam as marionetas?

Que fazem tudo o que a mente lhes ditar?
Porquê que as marionetas não ganham vida e soltam-se daquelas amarras e começam a agir sozinhas sem o controlo de uma MÃO?
Manipulação.




domingo, 29 de maio de 2011

O grande momento

Os meus meninos estão felizes. Hoje revivi um sentimento tão nobre, tão belo e tão puro da alegria desenhada no rosto de uma criança. Receberam, finalmente, o melhor Amigo no coração. Sentia um friozinho na barriga quando os vi entrar. Todos com a singeleza e com a verdade espelhada nos sorrisos tímidos. Eles pareciam príncipes de pérola, azul e cinzento e elas de um branco radiante eram verdadeiras princesas. Transpareciam uma ansiedade pueril que não deixava ninguém indiferente. O grande momento aproximava-se. Os meus olhos, delineados por um negro vivo, por instantes reforçaram-se, contraíram-se para que nenhuma lágrima escapasse. O meu coração batia mais forte, controlava a respiração. Recordei que há, precisamente, catorze anos eu recebia Jesus no meu coração. 


29-05-2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ainda me lembro de preparar as últimas postagens. Memórias que ficaram. Momentos que maracaram. Dias que não eram mais do que um turbilhão de tudo e mais tudo que não faziam mais que menos sentido. Aqui ficaram gravadas e por muitos testemunhadas lembranças duras, raios partam! eram cruéis aqueles dias sem esperanças. E cá estou a fazer companhia à Lua que nunca me abandonou, e será sempre lua cheia...
na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu, depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.




José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas