domingo, 23 de dezembro de 2007

Desisto de ti

Venho por este meio dizer
Uma coisa inesperada
Não me restam forças,
Desisto de ti minha amada.

Adeus até um dia
Eu sempre amei sozinho
Agora segue com a tua vida
Que eu sigo meu caminho.

Nem me disseste porquê
Simplesmente foste embora
O motivo será o de eu
Ser feio por dentro e por fora.

O teu muro impenetrável
Uma porta apenas tinha
Nunca me deste a chave
Não foste nem serás minha.

Meu amor por ti continua
Desejo-te toda a felicidade
Mas nem olhas para mim
Deves odiar-me de verdade.

Só me resta chorar
Pelo que nunca terei
Não sei se é minha a culpa
Mas eu sempre te amei.

A esperança perdeu-se
E não irá voltar.
Tive-a por pouco tempo,
Agora fico a chorar.

A inveja apodera-se
Daquele que nada tem,
Sou um fraco invejoso
Não tenho nada também.

A luta não continua
A guerra já acabou,
Fica agora a vergonha
De um homem que nem lutou.

A batalha foi perdida
Os espojos não vou ter,
Se eles são melhores que eu
Nada posso fazer.

Se retirar é ser cobarde
Não nego, mas confesso
Reconheço então que sou

O maior cobarde que conheço.

Dénis Carmo

domingo, 16 de dezembro de 2007

Ser Incapaz

As coisas que te quero dizer,
Mas não consigo.
As coisas que quero fazer,
Mas não consigo.

Quero provar-te o meu amor
Mas não consigo.
Quero beijar-te com ardor
Mas não consigo.

Tento ser simpático,
Mas não consigo.
Tento ser teu amigo,
Mas não consigo.

Viver assim não é vida
Estarei morto por certo
A ressurreição espera-me

Quando estiveres por perto.

Dénis Carmo

domingo, 18 de novembro de 2007

"Depois de algum tempo tu aprendes a diferença,
A subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E tu aprendes que amar não significa apoiares-te,
E que companhia nem sempre significa segurança.
E começas a aprender que beijos não são contratos
E presentes não são promessas.

E começas a aceitar as tuas derrotas
Com a cabeça erguida e olhos adiante,
Com a graça de um adulto
E não com a tristeza de uma criança.
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje,
Porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
E o futuro tem o costume de cair no meio do vão.
Depois de um tempo tu aprendes
Que o sol queima se ficares exposto por muito tempo.

E aprendes que não importa o quanto tu te importes,
Algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceitas que não importa quão boa seja uma pessoa,
Ela vai ferir-te de vez em quando e tu precisas perdoá-la por isso.

Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir confiança
E apenas segundos para destruí-la,
E que tu podes fazer coisas num instante,
Das quais te arrependerás para o resto da vida.
Aprendes que as verdadeiras amizades
Continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que tu tens na vida,
Mas quem tu tens na vida.

E que bons amigos são a família
Que nos permitiram escolher.
Aprendes que não temos que mudar de amigos
Se compreendemos que os amigos mudam,
Percebes que o teu melhor amigo e tu
Podem fazer qualquer coisa, ou nada,
E terem bons momentos juntos.

Descobres que as pessoas
Com quem tu mais te importas na vida
São-te tomadas muito depressa,
Por isso sempre devemos deixar
As pessoas que amamos com palavras amorosas,
Pode ser a última vez que as vemos.

Aprendes que as circunstâncias e os ambientes
Têm influência sobre nós,
Mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começas a aprender que não te deves comparar com os outros,
Mas com o melhor que podes ser.
Descobres que levas muito tempo
Para te tornares na pessoa que queres ser,
E que o tempo é curto.

Aprendes que não importa aonde já chegaste,
Mas para onde estás a ir.
Mas se tu não sabes para onde estás a ir,
Qualquer lugar serve.
Aprendes que, ou tu controlas as tuas acções
Ou elas te controlarão,
E que ser flexível não significa
Ser fraco ou não ter personalidade,
Pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,

Existem sempre dois lados.

Aprendes que heróis são pessoas
Que fizeram o que era necessário fazer,
Enfrentando as consequências.
Aprendes que a paciência requer muita prática.
Descobres que algumas vezes
A pessoa que tu esperas que te chute quando tu cais
É uma das poucas que te ajuda a levantar.
Aprendes que maturidade tem mais a ver
Com os tipos de experiência que tiveste
E o que tu aprendeste com elas
Do que com quantos aniversários já celebraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti
Do que tu supunhas.

Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança
Que os sonhos são uma parvoíce,
Poucas coisas são tão humilhantes
E seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estás com raiva
Tens o direito de estar com raiva,
Mas isso não te dá o direito de seres cruel.

Descobres que só porque alguém não te ama
Da forma que tu queres que te ame,
Não significa que esse alguém
Não te ame com tudo o que pode,
Pois existem pessoas que nos amam,
Mas simplesmente não sabem
Como demonstrar ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente
Ser perdoado por alguém,
Algumas vezes tu tens que aprender
A perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas,
Tu serás em algum momento condenado.

Aprendes que não importa
Em quantos pedaços o teu coração foi partido,
O mundo não pára para que tu o consertes.
Aprendes que o tempo não é algo
Que possa voltar para trás,
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma,
Ao invés de esperares que alguém te traga... flores.

E tu aprendes que realmente podes suportar...

Que realmente és forte,
E que podes ir muito mais longe
Mesmo depois de pensares que não podes mais.
E que realmente a vida tem valor
E que tu tens valor diante da vida!
As nossas dúvidas são traidoras
E fazem-nos perder

O bem que poderíamos conquistar,
Se não fosse o medo de o tentar..."

W. Shakespeare

sábado, 10 de novembro de 2007

Sinto-te...

Sinto-te como sinto
a natureza, como sinto e ouço
o vibrar do canto dos pássaros,
como ouço a água a cair no riacho,
como ouço e vejo o vento passar
na copa das árvores, esgueirando-se pelos
vales e montes.

Sinto o calor afável do sol,
vejo o luar nostálgico
daquela janela onde,
vejo e sinto a noite
amável, companheira
de minha solidão...

Leonardo

domingo, 4 de novembro de 2007


Da quente América Latina
Para a deslumbrante ilha da Madeira
Cheia de montes e vales e água cristalina
Chega a Ylhany… a nossa “Ylha”!

De início, com poucas amizades,
os sentimentos resumiam-se a: saudades…
Ai!... Saudades dos abraços,
dos sorrisos, das amizades…
do calor ardente daquela
Venezuela quente!

Agora a saudade dá lugar
à recordação
que ficou no teu grande coração.

Mas, no meio de tanta coisa
que encontraste na Pérola do Atlântico,
descobriste um montinho de pedras preciosas
que todas juntas brilham,
de tanta preciosidade, para a tua vida…

Essas pedras preciosas são estes teus amigos
que querem continuar a brilhar na tua vida!

Que estas amizades sejam tão ricas
como os diamantes o são.

Parabéns, Ylhany!
Muitas Felicidades!


Poema para a Ylhany no dia do seu aniversário :)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Rosa Tingida


(Fado Santa Luzia)

No jardim das rosas de Maio
vi rosas brancas com' um raio
cobertas do orvalho do sul
para te vestir de alvura
e então a vida foi pura
rumando breve p'ra um azul.

Mas o azul fez-se agreste
pelo mal que tu me fizeste
e cravei nas mãos os espinhos
e cobri de sangue a raiz
da terra do que por ti eu fiz
da ternura feita de linho.

A rosa branca está rubra
e à espera de quem a cubra
porque esta luz foi tingida
pelo sangue que não estanca,
duma antiga rosa branca
que foi decepada p'la vida.


Nuno Gonçalo

domingo, 21 de outubro de 2007

Pensamentos Selvagens

Por tudo, por nada.

Pensamentos que ficam

que consomem,

que magoam,

que existem...

pensamentos da minha alma.



Letras que enchem

a calma

que me escurece os

olhos.



Palavras juntas que

dizem tudo

lamentam o nada

choram o impossível

riem o momento.



Vida que não é

triste, nem é vida

vida que não é

alegre, mas é vida



Ai, pensamento selvagem!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Partida


Senti nostalgia

e dor no peito,

o sentimento

de perda voltara...


Ouvi teus passos,

vi tua sombra

caminharem para longe

de mim, e eu


entre gritos mudos

e cegas imagens, caí por terra

e sem saber onde ir

saí em direcção ao sol...

parti...


Leonardo Martins

segunda-feira, 10 de setembro de 2007








(Chove...)
O dia nasce de um tímido rasgão claro
num céu triste.

Alguns animais estão escondidos com medo,
outros saem das suas casas e vão amanhecer
Nas rochas altas.

(Luz...)
Raios fortes do arrojado sol que deseja aparecer
por entre as nuvens claríssimas.

Os coelhos saltam pelos verdejantes caminhos,
Procurando alimento.

Lindos...
Montes pintados de verde pela tinta fresca das árvores.
Flores humedecidas pelo orvalho, que cai...
Lentamente cai sobre a terra bruta que fica serena.

As flores, tímidas, fortemente iluminadas pela réstia de luz
dançam ao sabor do vento...

O orvalho desaparece.

Sons...
Dos pássaros que voam.
Que param e bebem em poços de água...
limpam as penas coloridas que pintam o céu.
Entoam melodias suaves e alegres!

Estradas desenhadas pela chuva, pintadas pelo vento.
Infinitas na sua beleza e calma...

(Sol...)
Ele, na sua imensidão, abraçou os montes e vales...
Acariciou os bichos...
Aqueceu as pedras...
Lançou um brilho na água cristalina dos riachos...
Alegrou o dia que estava triste...

Há vida: os animais correm, voam, descansam...
As árvores e as plantas agitam-se alegremente.

Fecha-se os olhos...
Inspira-se fundo...
Abre-se os olhos...
Expira-se...
Sente-se: liberdade autêntica!

Com a magia do sol encontrou-se um:

Lugar puro e fascinante...
A verdadeira Natureza viva.




sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Aquela mulher morena
que nos acolheu
no seu ventre,
que nos embalou
no seu colo...

Para estes rebentos
é a flor mais linda do mundo!

É a única mulher das nossas vidas
capaz de passar noites e noites
ao nosso lado a cuidar
com o maior dos amores.

É a única que nunca vai acreditar
que as nossas pernas cresceram,
que os nossos braços
já chegam à fechadura da porta...

Para ela, seremos sempre:
os meninos e meninas
que precisam de colo.

Por mais tormentos,
por mais tristezas,
por mais sofrimentos...
Terá sempre a quem chamar: filhos!
Terá sempre a alegria
de ter dado à luz quatro rebentos...

Por mais que queiramos dizer,
hoje dizemos de coração: Muitos Parabéns!
Isto é uma simples recordação.


poema à minha mãe, no dia do seu aniversário (10-08-2007)

Diz-me baixinho, muito baixinho...
Diz-me com essas palavras lindas
que querem fugir do teu para o meu coração...

Vem, amor! Dá-me a mão e o teu coração!

Letras juntas, palavras soltas
Notas musicais, sons compostos com os ais
Do meu coração...
Expressões musicais!
Ah! Estou a ouvi-las!
Tu compões a música do meu momento.

(Ai, infelizes os surdos que não a ouvem!)

Mas, porque dizes tudo isso
Dizendo nada ao mesmo tempo?
Adormeces no meu coração,
Que chora, chora, chora...

(Dói tanto, tanto, tanto...)

Olho para ti, não estás.
Olhas para mim, não estou.
Olhamos para nós e tudo se desfaz.

O vento canta: alguém amou!

«Cansaço porquê?»


Não, não grites cansaço!

Não é cansaço...
É uma desilusão,
que te penetra a alma,
que te consome a calma.

É um mar sem água,
o sol frio, o gelo escaldante...
Sensações inúteis, violentas por nada!

É andar sentindo que rastejas,
É sorrir e sentir os lábios a rasgar,
uma gargalhada seca de uma avultada
massa de ar que te sai dos pulmões,
que faz eco, que irrita o ouvido...

É um peso nos teus ombros.
Sentir o mundo todo em cima,
existir, não viver...

É o mundo que existe,
é tudo o que ele contém!

É qualquer coisa como uma angústia,
é querer gritar sem voz,
é uma coisa que está por dizer...
É por sofrer com tudo
ou por sofrer como...

Como quê?...
Se soubesses, não estarias cansado.

Sensação abstracta em ti, vida concreta!
Pensamentos absortos em coisa nenhuma!...

Afinal é: cansado do tempo morto que acarreta.

domingo, 8 de julho de 2007

Olho


Espero pelo amanhecer trazendo a forte
Luz para que possa ver-te.
Ilusão dos meus olhos e do meu pensamento...
Olho e aproximo-me... sei que não é.

Guiam-me longos fios
Ocultos... por ti suspensos.
Sigo e até ti chego.

Tudo é estranho, mas real!
Omito o que posso estar a sentir
Mencionando a mim própria que “é
Utopia”.

Inexoravelmente confronto-me com o
Turbilhão de sentimentos que
Obrigam os meus olhos a mudar de
Direcção assim que em ti
Encontram a perfeição.

Talvez um dia deixarei de te olhar, sem que
Inesperadamente, os meus olhos fujam.


poema ao meu querido amigo Élio :)

Caminhos Perdidos


Perdida a olhar para rua nenhuma.
Fito o início e vejo o fim...

Ruas que não encontro,
Onde descubro o desconhecido.

Ruas de dor, perdidas de solidão!
Ouço gritos de paixão...
Vida que sofre por amar.

Ruas sem fim, sem começo...
Caminhos dos meus pensamentos.
Início de desilusão.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Cinzas


O brilho, orla metálica
deslizando sobre
as falanges desertas
simples arremesso
entre o sentido
e a palpitação
fluindo sob o adarve da aorta
e a masmorra do ventrículo
como se a noite depusesse
a pétala, no cinzeiro lírico do amor
e aguardasse uma só face
estendida na promessa,
oxigenando o rosto do beijo,
sobre o jorro das cinzas agasalhadas
numa só face…
a tua face,
desenleando ternos olhares nas mãos
que te ampararão.

Pseudónimo: Álvaro Mar


Um texto lindíssimo ;) por isso quis publicá-lo aqui no Toujours Luna

sexta-feira, 29 de junho de 2007

"Coração independente,

coração que não comando:

vive perdido entre a gente,

teimosamente sangrando..."

A. D. / A.R.

terça-feira, 5 de junho de 2007

H2O


Porque mentes?
Porque insistes manter esse mundo
que não é o teu?
Não é o nosso!
Por engano...
Tu que és duplo,
onde te posso encontrar?
Onde te perdi?
Quando te conheci?
Afinal nunca te vi,
nunca te conheci...
nunca te senti...
Ver-te é perder-te!
Como a gota de água que evapora...
tu desapareces.

sábado, 2 de junho de 2007

Eternamente



Estás aqui,
De repente vais-te embora,
Vais!
Voltas?
Quem me saberá dizer?
_Ninguém!

Por vezes forte,
Por vezes fraco.
O certo é que és sempre Tu!

Dono de infinitas recordações...
Tu que és eterno,
Responde-me:
Como consegues ser assim?
Amargo, doce
Quente, frio.
É a tua beleza?
_Eternamente Tu...

Vens dos confins,
ficas por pouco,
vais para tão perto,
e voltas...
quando?... e para onde?...
Ninguém sabe?!
_Eternamente Nós...

segunda-feira, 21 de maio de 2007


Esta imagem representa milhares de crianças que todos os dias choram, por não terem o carinho, o amor, a ternura, a amizade, a segurança, todos os afectos que as façam sentir fazer parte de um universo, do qual deveriam ser integrantes. Um universo, em que as galáxias são as famílias, em que as estrelas são os pais, os irmãos, os primos, os tios, os avós. Tal como a dispersão das estrelas e dos outros corpos celestes ocorreu pela acção do Big-Bang, também esta criança sente uma “dispersão” da sua família e luta contra esta força, requerendo energias do seu interior e do universo.
A expressão facial e a forma como está vestida, faz-nos recordar milhares de crianças que moram ao abandono e ao relento. Cujas casas têm paredes de vento, os telhados de nuvens, e as janelas, bem… não existem, e as portas,… as portas, parecem estar sempre fechadas.
O seu cabelo loiro acastanhado e a face são reflexos da pobreza. E quem são os culpados? Quem? Os pais? Quem são os seus pais? Ou as políticas governamentais do seu país? Não te sei dizer quem são os culpados… de certo todos nós somos culpados. Quantos de nós já fizeram voluntariado? Quantos de nós já se mobilizaram no sentido de promover campanhas de ajuda aos carenciados? Quantos de nós já participaram nas campanhas de ajuda humanitária? Os cabelos d´oiro sujo, simbolizam isso mesmo, uma riqueza de alguém que poderá ser Homem num futuro que poderemos construir. Por de trás do seu rosto sujo esconde a beleza, a simpatia, a genuinidade cândida e o desejo de crescer e ser… apenas feliz.
As lágrimas esbranquiçadas espelham a pureza do coração de uma criança que sofre por inúmeras razões. As lágrimas parecem sair dos seus profundos olhos azuis, que são o espelho de uma alma triste, perdida, isolada e revoltada num Mundo onde reinam os opulentos, os poderosos, as injustiças que cada vez mais são inexoráveis.
Apesar de tudo, acredito que estas lágrimas que hoje parecem ser de tristeza, amanhã serão de alegria. Aquela face marcada pela dor será amanhã um fácies de felicidade, aquela alma que hoje jaz… amanhã… amanhã renascerá e dará vigor ao corpo que a sustenta e aos que se aproximarem dele.

Autor: João Leonardo Correia Martins

Recordar a vida...


Lembro,

de manhã quando vais para o mar

onde vês a Primavera e olhas

o Verão onde, com saudade,

vês o Outono e, com tristeza,

lembras o Inverno...


Corres pela Primavera,

sorris com o Verão,

pensas com o Outono

e sentes com o Inverno...


Primavera da minha vida

tão linda que és!

Primavera que me mostras

a dor do meu Outono e

a perda do meu Inverno...

E o Verão?

_Esse morreu antes do sol chegar.


A triste cor da feliz Primavera

da minha vida.

Lembrei.

domingo, 6 de maio de 2007

Amor de Mãe



Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus:- Dizem-me que daqui serei enviado à terra amanhã... Como vou viver lá, tão pequeno e indefeso? E Deus disse: - Entre muitos anjos, eu escolhi um especial para ti. Estará a te esperar e tomará conta de ti. Criança: - Mas diga-me: Aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei feliz lá? Deus: - O teu anjo cantará e sorrirá para ti... a cada dia, a cada instante, sentirás o amor do teu anjo e serás feliz. Criança: - Como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam? Deus: - Com muita paciência e carinho, o teu anjo ensinar-te-há a falar. Criança: - E o que farei quando eu Te quiser falar? Deus: - O teu anjo juntará as tuas mãos e ensinar-te-há a rezar. Criança: - Eu ouvi que na Terra há homens maus. Quem me vai proteger? Deus: - O Teu anjo te defenderá mesmo que signifique arriscar a sua própria vida. Criança: - Mas eu serei sempre triste porque eu não Te verei mais. Deus: - O teu anjo sempre falará sobre Mim, vai ensinar-te a maneira de vir a Mim, e eu estarei sempre dentro de ti. Nesse momento havia muita paz no céu, mas as vozes da terra já podiam ser ouvidas. A criança apressada, pediu suavemente: - Oh Deus se eu estiver a ponto de ir agora, diz-me por favor, o nome do meu anjo. E Deus respondeu: - Chamarás ao teu anjo... MÃE! Autor desconhecido

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Não sei se, com excepção da sabedoria, os deuses imortais ofereceram ao homem alguma coisa melhor que a amizade.
(Cícero)
Obrigada: Élio; José António; Eloísa; Vanessa; Ylhany, Cristina!

quinta-feira, 3 de maio de 2007


Cada momento que me deste
Foi dado uma só vez....
E naquele enorme círculo,
Que nos acolheu,
Não existe enternecimento
Para os que não têm coragem
E permanecem no fingimento!

Aquele enorme círculo da noite...

É tarde, mais tarde já será tarde.

O tempo apaga tudo menos
a linha branca que, como uma aura,
circunda o teu rosto.

O tempo apaga tudo menos

a triste dor do que não foi vivido.

sábado, 28 de abril de 2007

Procuro


Quando eu vou, só,
colher pensamentos e sentidos
naquele mar imenso que me emudece…
que me paralisa…

Ou, olhando o mar,
daquele lugar secreto
Contemplando a força, a bravura,
do mar que me dá vida!

Seguindo as ondas, perco-me…
(perco-me seguindo-te…)
Olho ao longe, no horizonte,
Estão os meus pensamentos…
Procuro os sentidos, mas não estão!

Eles, sem ti, paralisam…
Morreste.
E que ondas me trarão aqueles sentidos?

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Sinto-te


Contigo gostei de ficar,
Na eternidade ao teu lado
A mais alegre de todas as alegrias
Feliz seria.

Oiço a tua voz, o teu pensamento...
Vejo os teus olhos, lindos olhos.
Vejo o teu sorriso...
Sinto o teu cheiro, o teu calor...
Os teus gestos no meu pensamento estão gravados.

O teu respirar... eu sinto-o!
A tua alegria é uma droga que me dá prazer.

Porque penso em ti?
Estás perdido no meu pensar.
Estou rendida ao teu olhar
Ao teu ser
Ao teu fazer...

Ai! Não te suporto longe...
Falta-me as forças quando não estás...
Estoiram os meus olhos
vendo o que dói ao coração...
Sinto a tua falta.

Encontramo-nos num lugar chamado
Pensamento, onde só existe o meu e o teu olhar.

quinta-feira, 26 de abril de 2007


A meu lado te sentas,
como se num banco
de jardim fosse...

Onde os pássaros sorriam,
As flores cantam, o sol brilha
E o vento de mansinho dança
amimando a minha e a tua face.

Começou.
Continua...
Para onde vou?

Vida


Tu és bela!
Tu és feia...
Tu és meiga!
Tu és áspera...

És a bela manhã de Primavera, a raiar.
És a feia tarde de Inverno.
És a meiguíssima nuvem branca num lindo céu azul.
És a aspérrima estrada, negra, que cobre
Os bons e os maus caminhos...

És um pássaro que paira no ar.
És uma roda que rola sem cessar.
És uma chama pecaminosa.
És velha... não!... Uma criança!

domingo, 22 de abril de 2007


No Outono
Dás-me a mão.
Eu seguro...
Cai a chuva,
O vento enfurece-se,
Morrern os pássaros,
O sol desaparece,
As flores afogam-se...

Tu não estás...
Nunca estiveste!
Eu fiquei.

Prendeste-me…
Nessa gaiola fiquei.

Sei que não era isso.
Perdi.
Soltei-me e aqui estou.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Sozinho olhas para nada




Sozinho olhas para nada
Onde vês tudo.
Estás sentado e ouves
a realidade que se vê...
Porquê tanto ensaio?
Gestos.
Espelhos.
Fotografia.

Gestos concebidos;
aparência falsa.

Mundo depravado de configurações!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Dor


Para lá das estradas brancas,
Estás tu.
Para cá das estradas negras,
Estou eu.
Dor de deixar...
Dor de ver...
“Não vás, minha linda!”
Abraças e,
Por dentro choro.
Adeus!

sábado, 14 de abril de 2007

Não importa o quanto estás longe...


Não importa o quanto estás longe...
O quanto estás perto...
Para onde vais
Quando voltas
Porque ficas
Pergunto.


Deixa o Tempo tecer
o que lhe apetecer!


A minha vida é assim.
A tua é um ritual...
Eu não sou...
Faço e desfaço.
O meu coração bate!
Mas, pára
Sem lhe pedir...
Ele estoira!
Eu choro,
Tu sentes.
Nós estamos
E abraçamos.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

«Como Um Rio sem Pontes»


Este romance é, no seu âmago as memórias de uma África que a curva do caminho guardou, o desenraizar de toda uma família e o seu reimplantar doloroso num outro sítio. E, ao mesmo tempo, a procura constante de respostas, de explicações, da chave que decifre o código de uma vida, que falhou.
Miguel, o protagonista do romance, nasceu em África onde viveu até aos quinze anos. Porém, aquando da independência de Moçambique, país onde vivia com a sua família, teve de o deixar e reimplantar-se em Lisboa.
A sua infância fora infeliz sem afectos maternais e paternais. A difícil reinserção no novo país e a separação dos seus pais, foram estes os factores, que mais afectaram Miguel, levando-o, mesmo a enveredar pelo caminho da droga, causando-lhe a sida.
Miguel conta-nos toda a sua vida e as suas angústias deitado numa cama de hospital, num estado degradante, devido ao seu sistema imunitário estar destruído pelo VIH.
No início da obra, este tem apenas a presença do seu pai, no hospital, pois a sua mãe ainda não sabe do sucedido. Mas o seu pai, Álvaro, contacta de imediato Matilde e esta vem para Portugal, ver o seu filho, de apenas trinta anos, morrer.
Miguel agoniza. Os seus pais quando o vêem naquele estado deplorável ficam aterrorizados.
Um dia, o protagonista acorda e sente-se bem, o mais impressionante, é que ele acorda com uma enorme vontade de viver, como se a presença da mãe lhe renovasse as energias.
As Memórias de África são aquelas, que ocupam maior lugar na obra, visto que em alguns momentos os pais contam histórias de lá.
Miguel quer sair do quarto do hospital, ele queria ir à rua para saborear os cheiros da cidade, então pede ao médico para sair, e dado o seu melhoramento ele saiu com os pais. Mas toda a emoção do passeio roubou-lhe energias. Miguel queria dizer aos seus pais tudo o que sempre quis dizer e nunca disse.
Nos últimos dois capítulos o seu estado de saúde está cada vez pior e a morte mais próxima.
No último capítulo, o personagem principal já está com imensas dificuldades em respirar. Começa a querer morrer. Ele ao sentir, os seus pais tristes, fica com a alma devastada e quer chorar mas apenas consegue com que os seus olhos ardam. Começa, por fim, a ver a "montanha" cada vez mais próxima. Mas antes de a começar a subir, quer dizer qualquer coisa aos pais... mas o tempo acaba. E, assim, termina o romance com a subida para a "montanha" escura.

Resumo da obra: «Como Um Rio sem Pontes», Guilherme de Melo
Por: Liliana Martins

quarta-feira, 11 de abril de 2007

O Fim

Partiste como uma tempestade
Que acalma sem avisar...
Como a morte ao chegar...
Foste tu e a tua vontade!

Linda borboleta que continuaste
A voar, sem nunca parar!
Mas, tudo o que fizeste,
Para ultrapassar
O forte vento agreste,
Foi em vão!

As flores, os pássaros e as árvores
Cantam à tua coragem!
Para quê?... foi aquela imagem!...

Linda borboleta, feio dia,
Eras tão livre, ficaste presa
Apertada à forte Tempestade!
Tão calma... tão bruta
A Natureza escura,
Clareou!

O vento passou e a alegria
Levou!
Nunca mais voltou.

sábado, 7 de abril de 2007


Quero o teu mistério.
Quero a tua música.
Quero a tua paz.
Quero a tua sombra clara
Que me apraz!...
(Ai!... Quero-te...)

Só tu sabes quem sou,
O que faço
E para onde olha
o meu pensamento.

Companhia das negras horas
Da lôbrega noite.

Acolhes-me nos teus braços
Onde a fria luz do sonho
Penetra os meus olhos
E vão para ti os meus pensamentos.

Durmo.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Um amendoim... uma vida

Numa terra nua
Rica de nada
Onde nasce a tua
E a minha vida
De um pequeno grão
Semeado com as minhas
E as tuas mãos
Regado com o nosso suor.

Nus de roupas,
Vestidos de pó,
Banhados pelo sol,
Teimoso em não abrandar,
E pelo vento,
Ai... que nem força
Tem para soprar.
Então ele nasceu.

Com entusiasmo
Rasgou o solo
Cresceu desenfreadamente,
Eufórico brotou e
Frutificou.

E eu com ele
Junto ao meu dorso
Colhemos o fruto,
Pão para a nossa boca
Alimento da nossa vida.
(Ájax)

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Le Passé est tracé...


Dans les châteaux utopiques;
Dans les âmes inexistantes;
Dans les cœurs mélancoliques,
Dans les cœurs joyeux?

Simplement fantaisie…
Joie joyeux…
Triste joie…

Ne serait jamais changé,
Le temps est resté et les âmes non!
Nous sommes passés vers le temps,
Simple et uniquement!

Il vit et ne peut pas
Etre, dans le future, tracé…
_ Seulement le Regret.