sábado, 14 de abril de 2007

Não importa o quanto estás longe...


Não importa o quanto estás longe...
O quanto estás perto...
Para onde vais
Quando voltas
Porque ficas
Pergunto.


Deixa o Tempo tecer
o que lhe apetecer!


A minha vida é assim.
A tua é um ritual...
Eu não sou...
Faço e desfaço.
O meu coração bate!
Mas, pára
Sem lhe pedir...
Ele estoira!
Eu choro,
Tu sentes.
Nós estamos
E abraçamos.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

«Como Um Rio sem Pontes»


Este romance é, no seu âmago as memórias de uma África que a curva do caminho guardou, o desenraizar de toda uma família e o seu reimplantar doloroso num outro sítio. E, ao mesmo tempo, a procura constante de respostas, de explicações, da chave que decifre o código de uma vida, que falhou.
Miguel, o protagonista do romance, nasceu em África onde viveu até aos quinze anos. Porém, aquando da independência de Moçambique, país onde vivia com a sua família, teve de o deixar e reimplantar-se em Lisboa.
A sua infância fora infeliz sem afectos maternais e paternais. A difícil reinserção no novo país e a separação dos seus pais, foram estes os factores, que mais afectaram Miguel, levando-o, mesmo a enveredar pelo caminho da droga, causando-lhe a sida.
Miguel conta-nos toda a sua vida e as suas angústias deitado numa cama de hospital, num estado degradante, devido ao seu sistema imunitário estar destruído pelo VIH.
No início da obra, este tem apenas a presença do seu pai, no hospital, pois a sua mãe ainda não sabe do sucedido. Mas o seu pai, Álvaro, contacta de imediato Matilde e esta vem para Portugal, ver o seu filho, de apenas trinta anos, morrer.
Miguel agoniza. Os seus pais quando o vêem naquele estado deplorável ficam aterrorizados.
Um dia, o protagonista acorda e sente-se bem, o mais impressionante, é que ele acorda com uma enorme vontade de viver, como se a presença da mãe lhe renovasse as energias.
As Memórias de África são aquelas, que ocupam maior lugar na obra, visto que em alguns momentos os pais contam histórias de lá.
Miguel quer sair do quarto do hospital, ele queria ir à rua para saborear os cheiros da cidade, então pede ao médico para sair, e dado o seu melhoramento ele saiu com os pais. Mas toda a emoção do passeio roubou-lhe energias. Miguel queria dizer aos seus pais tudo o que sempre quis dizer e nunca disse.
Nos últimos dois capítulos o seu estado de saúde está cada vez pior e a morte mais próxima.
No último capítulo, o personagem principal já está com imensas dificuldades em respirar. Começa a querer morrer. Ele ao sentir, os seus pais tristes, fica com a alma devastada e quer chorar mas apenas consegue com que os seus olhos ardam. Começa, por fim, a ver a "montanha" cada vez mais próxima. Mas antes de a começar a subir, quer dizer qualquer coisa aos pais... mas o tempo acaba. E, assim, termina o romance com a subida para a "montanha" escura.

Resumo da obra: «Como Um Rio sem Pontes», Guilherme de Melo
Por: Liliana Martins

quarta-feira, 11 de abril de 2007

O Fim

Partiste como uma tempestade
Que acalma sem avisar...
Como a morte ao chegar...
Foste tu e a tua vontade!

Linda borboleta que continuaste
A voar, sem nunca parar!
Mas, tudo o que fizeste,
Para ultrapassar
O forte vento agreste,
Foi em vão!

As flores, os pássaros e as árvores
Cantam à tua coragem!
Para quê?... foi aquela imagem!...

Linda borboleta, feio dia,
Eras tão livre, ficaste presa
Apertada à forte Tempestade!
Tão calma... tão bruta
A Natureza escura,
Clareou!

O vento passou e a alegria
Levou!
Nunca mais voltou.